Pela primeira vez, projeto da duplicação da Faixa Nova é detalhado; confira o que prevê

Pela primeira vez, projeto da duplicação da Faixa Nova é detalhado; confira o que prevê

Foto: Beto Albert (Arquivo/Diário)

Pista duplicada em ambos os sentidos, três pontos com viadutos, ciclovia e ausência de corredores de ônibus. É o que prevê o projeto de duplicação dos 9 km da Faixa Nova de Camobi, na RSC-287. Os detalhes foram apresentados, pela primeira vez, em reunião entre vereadores de Santa Maria e um secretário municipal com o Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem (Daer) – responsável pelas rodovias estaduais.


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O órgão recebeu o projeto realizado por uma empresa contratada do Paraná, a Engemin, com quase dois anos de atraso. Agora, estão sendo feitas as revisões e adequações necessárias para que seja aprovado. A partir daí, o Daer precisará fazer o orçamento da obra, ou seja, uma estimativa de quanto a duplicação vai custar, e encaminhar ao governo do Estado. É o executivo gaúcho que decide se a duplicação será, ou não, licitada, até porque precisa ver de onde vai tirar dinheiro para isso. O Daer não informa previsão de custos, mas estimativas eram de que a obra poderia custar entre R$ 90 milhões e R$ 180 milhões, a depender da quantidade de viadutos.

Em entrevista ao programa F5, nesta quinta-feira (7), o vereador Luiz Roberto Meneghetti (Novo), que esteve na reunião, contou detalhes do que foi apresentado. Os vereadores Guilherme Badke (Republicanos) e Marcelo Bisogno (União Brasil) e o secretário municipal de Urbanismo e Projetos, Guilherme Schneider, também estiveram na reunião. 


O projeto de duplicação

O projeto prevê a duplicação de nove quilômetros de rodovia, do trecho do Trevo do Aeroporto de Santa Maria até o Trevo da Estação Rodoviária. O restante da RSC-287, do Trevo de Aeroporto até Tabaí, é de responsabilidade da Rota de Santa Maria. 

Na Faixa Nova, serão quatro vias centrais, duas em cada sentido, além de pistas laterais em todo o trajeto. Conforme Meneghetti, estão previstos três viadutos. O primeiro será no trevo da Faixa Nova com a Avenida Roraima, que serve de acesso à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Nesse local, o viaduto seria semelhante ao da Faixa Velha e aos da Travessia Urbana, com as pistas elevadas e com paredes de concreto na lateral. Além disso, com uma pista lateral em cada lado, para permitir a entrada e saída de veículos na Faixa Nova.

– Estão levantando a melhor forma de realizar a obra pelo espaço reduzido e também pelo trânsito, com entrada e saída da universidade, e fluxo de ciclistas e pedestres. Esse seja, talvez, o ponto mais sensível do projeto – completa o vereador.

Os outros dois viadutos devem ser semelhantes ao viaduto do Cerrito, na Travessia Urbana, com estruturas de concreto sobre a Faixa Nova e pistas laterais de acesso a esse viaduto. Isso está previsto, segundo Meneghetti, na entroncamento da Faixa Nova de Camobi com a Avenida Evaldo Behr (de acesso ao Alto da Colina e ao Novo Horizonte) e no Trevo da Estrada de Pains (acesso secundário à UFSM). Ou seja, uma espécie de rotatória elevada para acesso, parecido com o que acontece no viaduto do Bairro Cerrito, na BR-158. Lá, a rodovia passa por baixo, tem o viaduto em cima e existem as alças que fazem os acessos.

Estruturas devem ficar parecidas com o viaduto do Bairro Cerrito, na BR-158Reprodução: Google Maps

– Ali nesses dois pontos já tem mais espaço e consegue fazer uma solução que integra os dois acessos, um para o Novo Horizonte e outro para o Alto da Colina. Organizaria bem aquela região – explica Meneghetti, sobre a estrutura prevista para a Avenida Evaldo Behr.

Outro ponto será que a duplicação terá estruturas de concreto entre uma via e outra – o que impossibilitaria os cruzamentos que acontecem, por exemplo, no acesso à Cohab Fernando Ferrari, na Rua Heitor da Graça Fernandes.

– Isso vai evitar que a gente faça os cruzamentos em qualquer lugar da rodovia. Então, eles (Daer) querem que sejam feitos os retornos para garantir a segurança viária. No caso do acesso à Cohab Fernando Ferrari, onde tem uma linha de ônibus que cruza a estrada, terá de ser reprogramado – disse o secretário de Urbanismo e Projetos, que também esteve presente na reunião. 

Se o projeto se concretizar, acesso a Cohab Fernando Ferrari não poderá mais ser feita da forma como ocorre hojeFoto: Vinicius Becker (Diário)


O que diz o Daer

Em nota enviada ao Diário, o Daer informou que “o projeto está em fase de conclusão. Trata-se de um projeto complexo de duplicação, com grande parte dos trabalhos localizados em região densamente povoada. O conjunto envolve três obras de arte de grande porte e o Departamento está trabalhando com a empresa contratada para que as análises sejam atendidas. As avaliações estão ocorrendo ao longo do processo, junto a entrega de cada material".


Ciclovias e fluxo de pedestres

O projeto de duplicação da Faixa Nova também prevê calçadas e uma ciclovia na extensão dos nove quilômetros. Porém, em alguns trechos, o espaço destinado a essa travessia será compartilhado por ciclistas e pedestres. Já em relação ao fluxo de pedestres, não há indicativo para construção de passarelas. Para garantir a segurança viária, semáforos e faixas de pedestres serão utilizadas. O projeto também prevê iluminação em todo o trecho a ser duplicado. Corredores de ônibus não estão previstos.

– Como o Daer faz rodovias, não pensa em corredores de ônibus. Não é algo que está dentro do escopo de projeto deles. Não vejo a longo prazo a possibilidade disso acontecer, mas vamos levar para conversas futuras – disse Schneider.

Questionados sobre a possibilidade da obra ser feita em etapas, ambos afirmaram que, até o momento, essa não é uma alternativa pensada pelo Daer:

– A intenção é fazer uma única obra e uma única licitação. Porém, sabemos que essas questões vão avançando e vão tomar a decisão que acharem mais conveniente – respondeu Meneghetti. 

Trevo próximo a UFSM também deverá ter mudanças a partir da duplicação Foto: Vinicius Becker


Impressões positivas

Para o vereador e para o secretário, as primeiras impressões do projeto são positivas. Conforme Meneghetti, se trata de uma obra completa por ser uma rodovia urbana e que segundo ele, deve exigir bastante recurso financeiro do Estado:

A minha impressão geral é positiva de trazer um projeto que traz uma solução viária para todo esse trecho. É um projeto que deve ser apoiado. Tem essas questões que trazem preocupação, pelas pessoas que cruzam pelos locais e que como será a adaptação da comunidade, que precisam ser debatidas e avaliadas.

O secretário ponderou, ainda, que estão em fase de análise do que foi apresentado – são mais de mil páginas de projeto. As informações devem ser apresentadas em reunião com o prefeito Rodrigo Decimo mas Schneider acredita que não devem ser apresentadas muitas sugestões já que a prioridade é que a duplicação saia do papel.

A ideia é não intervir tanto, até para termos esse projeto liberado para fazer. Conversamos com o Daer, eles querem terminar. E reforçando, vimos ontem o projeto, então ainda precisamos avaliar melhor e entender se tem pontos a serem alterados – justificou. 


Histórico 

Prometido ainda em 2021, quando a Faixa Nova de Camobi ficou fora da concessão da RSC-287, o projeto de duplicação dos nove quilômetros da rodovia já teve, ao menos, quatro adiamentos de prazo.

Licitado no segundo semestre de 2022, o projeto deveria ter sido entregue em outubro de 2023 pela empresa Engemin, de Pinhais (PR). Porém, já são quatro prorrogações não cumpridas: o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) havia prometido que o projeto seria concluído em dezembro de 2023, depois em abril e junho de 2024 e, por último, em dezembro passado. Porém, em 2024, o projeto não foi entregue.


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